Perigos típicos na Indústria
do Aço
Planta do “Coke”
Operações
Na planta do coque o carvão é aquecido para remover
as substâncias gasosas do carvão. O gás que
está sendo produzido necessita ser limpo das impurezas indesejadas
na planta dos “by-products” (subprodutos ou derivados),
que é uma planta química pequena que consiste normalmente
da remoção do piche, remoção da amônia,
remoção do benzol, etc.
Perigos
• Manipulação e armazenamento do gás
do “Coke”
• Gás explosivo e inflamável, propriedades:
H2 55%, CH4 25%, N2 10%
• Planta dos “By-products”
• Líquidos inflamáveis
• Gases explosivos
• Manipulação de carvão
• Acúmulo de pó de carvão
• Perigo de explosão em moinhos de carvão
• Perda do fornecimento de gás (conduzirá a
destruição do forno)
Proteções
Segurança do Processo
• Instalações elétricas a prova de explosão
em áreas perigosas
• Detectores de CO e H2 na sala do extrator, gasômetro,
porão da planta de coque
• Deteção de O2, válvulas de alívio
de pressão nas tubulações, medidores de gás
• Sistema de fornecimento emergencial de gás nos fornos
• Aterramento adequado das tubulações e dos
tanques
• Controle do alinhamento, controle do deslizamento nas correias
transportadoras críticas
Gerenciamento de Riscos
• Permissão de trabalho a quente
• Política de “não fumar”
• Procedimentos de emergência adequados em caso de O2
– detecção; H2 – detecção,
fogo
• Inspeções regulares das tubulações
(testes não destrutivos), das válvulas de segurança
e dos equipamentos
• Procedimentos de segurança adequados dos serviços
terceirizados (treinamento, licenças de trabalho, etc.)
Ações de proteção contra incêndio
• Sistemas de extinção ao fogo / sistema de
sprinklers na planta de benzeno (“benzol”) / armazenamento
apropriado de líquidos inflamáveis
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas elétricas críticas
Planta de Sinterização / Preparação
de Carvão
Operações
Na planta de sinterização, o ferro é “cozido”
no alto-forno, no tamanho e propriedades mecânicas necessários.
O minério de ferro (granulados+aditivos+coque) serve de suprimento
para a liga do metal. A mistura do metal é queimada enquanto
o ar é sugado pela parte de cima do forno. Após o
processo de sinterização, o ar coletado é resfriado.
Uma parte do carvão pulverizado é, normalmente, aproveitado
para alimentar o alto - forno, podendo ser preparado e armazenado
no local.
Perigos
• Planta de sinterização: incêndios nas
correias transportadoras, explosão do forno
• Preparação de “Coque”: risco de
explosão da poeira em suspensão no ar (nuvem de pó)
em moinhos, silos, depósitos e tubulações.
Proteções
Segurança do Processo
• Controles de combustão no forno
• Alinhamento, controle de deslizamento nas regiões
críticas das correias transportadoras
• Controle da temperatura antes do “sinter” ser
conduzido para as correias transportadoras
• Instalações elétricas a prova de explosão
nas áreas expostas a pó de carvão
• Transporte e armazenagem de carvão pulverizado protegido
por sistema de nitrogênio
• Aterramento, pára-raios nos depósitos de carvão
• Aberturas de alívio de pressão no moinho e
equipamentos moedores
• Sistema de proteção por nitrogênio nas
áreas edificadas destinadas a moinhos e/ou equipamentos moedores
• Monitoramento das vibrações nas unidades de
“sopradores”
Gerenciamento de Riscos
• Permissão de “trabalho a quente” nas
áreas críticas
• Política de “não fumar” em áreas
críticas
• Procedimentos adequados de emergência (por exemplo:
fechamento de gás)
• Inspeções regulares de correias transportadoras
e de equipamentos
• Freqüência adequada de limpeza em intervalos
apropriados (“housekeeping”) nas áreas expostas
a pó de carvão
Proteção contra incêndios
• Sistemas de detecção e extinção
automática nas salas elétricas críticas
• Sistemas de detecção e extinção
automática nas salas hidráulicas críticas
• Sistema de extinção dos equipamentos de moinhos/moedores
• Sistema de chuveiros automáticos nas correias transportadoras
críticas (bom senso)
Alto - Forno
Operações
No alto-forno, o minério de ferro é reduzido para
gusa. O alto-forno é alimentado a partir do topo com coque
e minério de ferro. Ar quente (chegando a 1.200 °C) é
soprado a partir da parte inferior para o alto-forno. O coque reage
com o ar e forma CO, resultando em um calor de aproximadamente 2.200
°C. O CO em movimento ascendente, reduz o minério de
ferro em ferro. O gás produzido pelo alto-forno é
recolhido no topo, enquanto escórias e gusa são depositados
na parte inferior e coletados ou recolhidos, através de um
orifício com tampa removível.
Perigos
• Perda de arrefecimento de água levaria a uma destruição
• Entrada de água no forno pode levar a uma explosão
(vapor)
• Perda/Interrupção no fornecimento de ar levaria
a uma destruição
• Liberação de materiais fundidos/derretidos
com fogo ou explosão subseqüente ? destruição
das instalações físicas do forno
• Explosão do gás no interior do alto-forno
• Salas elétricas vitais / salas de controle de processo
/ salas hidráulicas
Proteções
Segurança do Processo
• Abastecimento de emergência de água adequado
[bombas reservas (diesel), fornecimento redundante de água,
monitoramento dos parâmetros da água de refrigeração
(temperatura, vazão)]
• Acompanhamento dos parâmetros do processo, tais como
gradiente de temperatura, ao longo da altura
• Válvulas “shut-off” para carvão
pulverizado, fornecimento de ar
• Válvulas de segurança, monitoramento de pressão,
controle sinalizado para o gás do alto-forno
• Acompanhamento monitorado dos parâmetros do motor
dos sopradores (vibração, comportamento da temperatura,
etc.)
Gerenciamento de Riscos
• Procedimentos de emergência adequados (por exemplo:
para perda de água de arrefecimento, parada no fornecimento
de ar)
• Evitar e controlar o excesso (aumento) de água em
áreas críticas (por exemplo: poços de escórias,
nas proximidades do forno)
• Inspeções regulares das tubulações
(ensaios não destrutivos), válvulas de segurança,
equipamentos
• Procedimentos adequados de segurança dos contratados
e dos serviços terceirizados (formação, treinamento,
permissão de trabalhos, etc.)
• Permissão de trabalho “a quente” nas
áreas críticas
• Política de proibição de não
fumar em áreas críticas
• Redundância / peças sobressalentes para os
ventiladores/exaustores de maior porte
Proteção contra incêndios
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas elétricas críticas
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas hidráulicas críticas (por exemplo: para
as caçambas ou vagonetes de minérios, sob os motores
de sopradores)
• Sistemas de detecção e extinção
nas partes críticas das correias transportadoras (por exemplo:
próximo a alimentação do alto-forno)
• Dispositivo de interrupção automática
do processo nas salas de controle, túneis de cabos
Siderurgia
Operações
O ferro-gusa derramado em uma “carro torpedo” é
transportado e por intermédio de uma “concha”
é levado até o convertedor. No convertedor, os subprodutos
indesejados no gusa são removidos. Principalmente porque
a quantidade de carbono existente tem de ser reduzida. Isto é
feito através de injeção de oxigênio
no interior do convertedor. Para reduzir o calor que se desenvolve
neste processo exotérmico até 25% da sucata é
adicionada. A escória [resíduos da fusão de
metais ou da redução de minérios, mais leves
do que estes, e que portanto sobrenadam] e o aço líquido
são derramados em caçambas pela inclinação
do convertedor. Em seguida, o aço é adicionalmente
tratado na metalurgia secundária pela desgasificação
a vácuo ou adicionando aditivos.
Perigos
• Entrada de água no convertedor pode levar a uma
explosão (vapor)
• Liberação de materiais fundidos/derretidos
com fogo ou explosão subseqüente
• Movimentação da “concha” ou caçamba
(pingos de material fundente)
• Utilização de carboneto de cálcio /
magnésio
Proteções
Segurança do Processo
• Monitoramento dos parâmetros da água de refrigeração
• Dispositivo ou mecanismo para extração emergencial
do oxigênio (por exemplo: nitrogênio pressurizado)
• Monitoramento dos parâmetros dos gases residuais
• Desligamento emergencial para os sistemas hidráulicos
na sala de controle
• Controle do nível de enchimento dos recipientes de
pó
Gerenciamento de Riscos
• Procedimentos adequados de emergência (por exemplo:
para as “caçambas” de carregamento, perda de
água de arrefecimento, etc.)
• Inspeções regulares do revestimento refratário
(visualmente, “laser scanning”)
• Inspeções regulares dos poços de água
sob o convertedor
• Controle da sucata/fragmentos resultantes do processo por
radioatividade e umidade
• Formação adequada e procedimentos de segurança
para os operadores dos guindastes das “conchas” (“ladle”)
• Redundâncias adequadas – existência de
componentes/peças extras para o caso de quebra – do
sistema de içamento das “caçambas” ou
“conchas” (“ladle”)
Proteção contra incêndios
• Sistema de extinção nas salas hidráulicas
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas elétricas e de controle
• Armazenamento e manuseio adequados do carboneto de cálcio
e magnésio
Siderurgia – Forno elétrico a arco
voltaico
Operações
O aço também pode ser obtido por meio de fusão
da sucata ou refugo fragmentado. Esta forma de produção
do aço é conhecida como “Mini Mill”. O
refugo é fundido, eletricamente, pelo calor de um arco voltaico,
entre o eletrodo de grafita (tipo de carbono preto usado para fazer
ânodos eletrolíticos) e da sucata. Em seguida, o produto
dessa fundição é carregado no forno através
de um guindaste móvel com grandes caçambas. A sucata
é, então, fundida e se liquefaz na temperatura de
aproximadamente 1.800 ºC. Após a carga ser fundida,
o Deckel é removido, o forno é inclinado e o aço
liquefeito é vertido para uma “concha” ou caçamba.
A alimentação elétrica é fornecida por
transformador de grande porte (600 – 1.000 Volts) e (55 –
78 KAmps). Carvão em pó pode ser injetado no fluxo
de circulação de ar para reduzir emissões de
dioxina (matéria corante nitrosa; veneno extremamente tóxico,
conhecido por causar câncer, doenças de pele, fígado,
rins e defeitos congênitos).
Perigos
• Explosão de vapor no forno
• Derramamento de metal fundido e incêndios subseqüentes
• Perda de água de arrefecimento pode acarretar destruição
• Incêndio nas salas hidráulicas devido ao mecanismo
de inclinação no carregamento das caçambas
para derramamento de metal fundido
• Fogo nas salas de distribuição elétrica,
transformadores, túneis de cabos
• Fogo em áreas críticas devido ao acúmulo
de pó de carvão
Proteções
Segurança do Processo
• Monitoramento do fluxo de água e pressão
(medir fluxo diferencial)
• Conduta e dispositivos de emergência adequados para
o sistema de arrefecimento
• Detecção de formação de arco
voltaico nos dispositivos de distribuição elétrica
• Controle dos parâmetros de escapamento de gás
Gerenciamento de Riscos
• Procedimentos adequados de emergência (por exemplo:
para as “caçambas ou conchas” de carregamento,
perda de água de arrefecimento, etc.)
• Inspeções regulares do revestimento refratário
• Inspeções regulares dos poços, visando
observar a presença de água retida sob o forno
• Controle da sucata/fragmentos resultantes do processo por
radioatividade e umidade
• Formação adequada e procedimentos de segurança
para os operadores dos guindastes das “conchas” (“ladle”)
• Redundâncias / peças sobressalentes para o
transformador, sistema de içamento das “caçambas”
ou “conchas” (“ladle”), guindastes, etc.
Proteção contra incêndios
• Interrupção automática nas salas elétricas
e hidráulicas (principalmente transformadores)
• Sistema de extinção automática para
o transformador
• Blindagem das bandejas de cabos expostas
• Bandejas de cabos e tubulações hidráulicas
não devem ser instalados no porão sob o forno
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas elétricas críticas
Lingotamento Contínuo
Operações
No Lingotamento Contínuo (“Contínuos Caster”
– CC), o aço é formado em placas tipo laje.
O aço líquido é derramado de uma caçamba
em um recipiente. Os bicos do recipiente são abertos e fluxo
do aço passa através de um molde resfriado onde o
aço é formado saindo do outro lado de forma sólida.
Após esta etapa, o aço é resfriado por intermédio
de água pulverizada até solidificar totalmente. Então,
o metal em estado sólido, é cortado no tamanho desejado
para obter as placas ou perfis.
Perigos
• O derrame de metal fundido pode resultar em incêndio
• Incêndio em salas hidráulicas
Proteções
Segurança do Processo
• Válvula de fechamento de emergência dos bicos
ou bocais por onde passa o aço líquido para o recipiente
que o recebe
• Desligamento de emergência para os sistemas hidráulicos
Gerenciamento de Riscos
• Procedimentos adequados de emergência (por exemplo:
descarga emergencial em caso de falhas operacionais de caçambas
ou poços)
• Limpeza e manutenções adequadas (“housekeeping”)
nas salas hidráulicas
• Adequada disposição dos cabos e canalizações
Proteção contra incêndios
• Sistemas de extinção nas salas hidráulicas
• Sistemas de detecção e extinção
nas salas elétricas e de controle de processo
• Sistemas de detecção e extinção
para proteção dos dispositivos/mecanismos do quadros
elétricos dos sistemas de içamento, especialmente
dos guindastes críticos
Laminação a Quente
Operações
No laminador a quente, as barras ou vergalhões de aço
são laminados para uma espessura entre 0,8 – 12 milímetros.
As barras de aço são aquecidas a 1.250 ºC, passando
em feixes por fornos tipo propulsor. Depois as barras são
laminadas na espessura desejada, em várias etapas, no laminador.
A pressão exigida é produzida por um grande número
de sistemas hidráulicos, geralmente localizado na parte inferior
do laminador. Os rolos cilíndricos são movidos por
motores de grande porte.
Perigos
• Explosão dos fornos
• Incêndio em salas hidráulicas
• Incêndio em túneis de cabos elétricos
• Quebra de motores
Proteções
Segurança do Processo
• Combustão protegida no forno
• Monitoramento dos parâmetros do forno (temperatura,
fluxo de gás, fluxo de ar, água de arrefecimento)
• Procedimentos de purga no início e na parada das
operações
• Desligamento das válvulas das tubulações
de gás em locais seguros
• Detectores de gás embaixo dos fornos
• Localização central dos dispositivos de parada
automática das bombas hidráulicas e de óleo
• Procedimentos de emergência adequados do sistema de
abastecimento de água de arrefecimento
• Monitoramento dos motores (por exemplo: temperatura do óleo,
sobrecarga)
• Controle de fluxo nos circuitos de óleo lubrificante
Gerenciamento de Riscos
• Procedimentos adequados de emergência
• Manutenção adequada dos sistemas hidráulicos
e de óleo lubrificante
• Manutenção adequada e inspeções
de motores
• Peças críticas estocadas no “site”
(exemplo: rotores, estatores, rolamentos, bombas hidráulicas)
ou disponíveis com facilidade
• Distância segura para armazenamento de peças
originais
• Política de NÃO FUMAR / Autorizações
de “trabalhos a quente” nas salas elétricas e
hidráulicas
Proteção contra incêndios
• Procedimentos adequados de emergência
• Dispositivos de interrupção automática
nas salas hidráulicas e de óleo lubrificante
• Sistemas de extinção automática para
as sala hidráulicas e de óleo lubrificante
• Sistemas de detecção e extinção
nas sala elétricas críticas e túneis de cabos
• Canhões de água para combater o incêndio
no laminador propriamente dito, posicionados a uma distância
segura.
Laminação a Frio
Operações
Na laminação a frio, o aço é reduzido
ainda mais (0,4 – 3 mm) e as propriedades materiais desejadas
são alcançadas. Numa primeira fase, uma fina camada
é removida nas linhas de decapagem (eliminando a camada de
óxido superficial), onde o aço é tratado por
meio de banhos de ácido sulfúrico ou cloreto de ácido.
Após a lavagem e secagem do aço, é armazenado
em rolos até 50 toneladas. Há diferentes tipos de
laminadores a frio, no entanto, em todos os tipos, o aço
é reduzido por intermédio de pressão hidráulica
e alongamento. Na seção de recozimento (submetendo
o metal novamente a ação do fogo), o aço é
aquecido a temperaturas mais altas, nos fornos de recozimento ou
nos fornos de recozimento contínuo, sob atmosfera de gás
(azoto ou hidrogênio). Depois, o aço é tratado
ainda mais pela galvanização de banho quente, galvanização
eletrolítica ou revestimento, é inspecionado e vendido.
Perigos
• Porões das salas hidráulicas e de óleo,
principalmente as localizadas sob o laminador
• Utilização de óleo como produto lubrificante
dentro dos moinhos e/ou laminadores
• Uso de hidrogênio nas linhas de recozimento
• Utilização de material plástico no
banho de decapagem e nos sistemas de exaustão
• Quebra de motores de grande porte pode conduzir a incêndios
consequentes
• Uso de líquidos inflamáveis nas linhas de
revestimento
• Uso de óleo nas engrenagens
Proteções
Segurança do Processo
• Válvulas “shut off” para os sistemas
hidráulicos e de óleo lubrificante
• Mecanismos de proteção para o processo de
combustão dos fornos da seção de recozimento
• Monitoramento do fluxo e da pressão nas tubulações
de gás
• Monitoramento de H2 e O2 nos fornos de recozimento sob atmosfera
de hidrogênio
• Detectores de CO em porões sob fornos de recozimento
aquecido com gás “coke”
• Monitoramento LEL das linhas de fornos de revestimento
• Proteção do processo de combustão para
os incineradores das linhas de revestimento
Gerenciamento de Riscos
• Manutenção adequada dos sistemas hidráulicos
e de óleo lubrificantes (por exemplo: controle e substituição
de mangueiras, conexões de tubos, etc.)
• Manutenção adequada e inspeções
de motores
• Política de “não fumar” / Autorizações
de “trabalho a quente” para salas hidráulicas
e elétricas
• Estocagem de peças críticas no “site”
(por exemplo: rotores, estatores, rolamentos, bombas hidráulicas)
ou disponibilidade imediata e facilitada de aquisição
Referências:
Arcelor Loss Prevention Guideline
Allianz Risk Evaluation Guidelines
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